TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO
Encontro de duas mulheres e suas histórias.
Maria e Ana se encontram na parada de ônibus.
Ana é moradora antiga da comunidade e estranha a presença de Maria na parada de ônibus.
Então, aproxima-se de Maria e pergunta se é moradora nova no bairro.
Maria conta que chegou ao bairro há 15 dias; mudou-se em busca de uma vida nova. Vivia com medo de seu companheiro, com o qual morava havia 5 anos. Teve com ele um filho, que está com 4 anos de idade. Várias vezes sofreu violência física. Na última vez, seu companheiro bateu tanto que ela acabou no posto de saúde do bairro, com dores e lesões no corpo todo. Ficou com vergonha, mas contou o que tinha acontecido ao profissional que a atendeu. Orientaram que Maria fosse a uma delegacia de polícia dar queixa das agressões. Ela foi até a delegacia, mas, quando lá chegou, ficou com medo e resolveu fugir da cidade para ficar longe do companheiro, que a ameaçou de morte. Está agora à procura de trabalho para si e escola para seu filho. Vive com medo de ser encontrada por seu companheiro, que prometeu matá-la caso um dia ela fugisse.
A enfermeira orientou e fez um agendamento para acompanhamento no centro de referência especializado da assistência social (CREAS). No centro de referência, foi atendida várias vezes pela psicóloga, pela assistente social e por um advogado. Sentiu-se então segura para fazer a denúncia na delegacia da mulher. Quando isso aconteceu, teve de sair de casa com seus dois filhos e passou 30 dias na casa-abrigo, pois seu companheiro a ameaçara de morte. A delegada da delegacia da mulher expediu uma medida protetiva. Ana teve também o atendimento de um advogado, que era defensor público. Ele entrou com um processo, e o juiz determinou que o companheiro fosse monitorado com a utilização de uma tornozeleira eletrônica. Caso ele se aproximasse de Ana, o alerta seria disparado. Com isso, ela pôde voltar para casa com seus filhos.
O juiz determinou também que o companheiro de Ana frequentasse reuniões com a assistente social e outros profissionais junto à delegacia da mulher. Ele foi, e com isso, além do acompanhamento da equipe de saúde do bairro, a vida melhorou. Bem diferente da história da Maria...
Ana entende muito bem desse assunto. Ela se lembra de quando passou por uma situação semelhante. A diferença no seu caso foi o atendimento que recebeu. Quando foi agredida pelo companheiro pela terceira vez, tomou coragem e foi à unidade de saúde do bairro onde mora. Ela tinha visto na sala de espera um cartaz informando que poderia procurar os profissionais da unidade de saúde caso sofresse violência. Procurou a enfermeira que conhecia muito bem e contou a ela seu problema. Esta a escutou e informou sobre a Lei Maria da Penha e sobre os serviços de proteção e atenção existentes no município onde mora.