Rede de apoio a violência doméstica
contra as mulheres

Algumas condições, sejam elas nos vieses individual, familiar, comunitário ou social, contribuem para a existência da violência ou para que ela aconteça por muito tempo. Por exemplo, a posição desigual das mulheres em relação aos homens está fortemente associados tanto à violência dos parceiros quanto à violência cometida por não parceiros.

Como pensar em estratégias de segurança quando uma mulher estiver vivendo alguma situação de violência doméstica?

Quando há riscos em uma situação de violência, é importante pensar em estratégias de segurança que seja adequada à situação. Se você souber ou presenciar alguma forma de violência, poderá elaborar um plano, buscando ajuda na rede de apoio, seja social (familiares, vizinhos, amigos, conhecidos) ou institucional (profissionais de saúde, da assistência social ou da justiça). Caso você conheça alguma mulher que necessite, poderá apoiá-la e contribuir na construção do seu plano de proteção. Nesse sentido, procure identificar pessoas que possam auxiliar neste momento.

Embora o plano de proteção não garanta por si só a segurança, pode fazer a diferença na ocorrência de lesões graves ou até mesmo de morte decorrentes da violência doméstica. Trazemos, a seguir, alguns exemplos que podem servir como ponto de partida para o plano de segurança.

Se o autor da violência morar na mesma casa que a vítima:

Desenvolva estratégias que assegurem a segurança da mulher e demais dependentes, caso tenha. Oriente para que a pessoa identifique áreas de segurança na casa, onde não tenha armas, facas ou outros objetos que podem ser utilizados para agressão física, e onde existam saídas rápidas. Se a mulher se sentir em risco, indique os seguintes aspectos.

Nunca guardar armas com a intenção de utilizá-las como defesa. Elas podem facilmente ser usada contra você ou contra a mulher em situação de violência.

Se tiver carro, mantenha cópias das chaves do carro em um local seguro e acessível. Deixe-o abastecido e na posição de saída, de forma a evitar manobras.

Guardar sempre consigo os números de telefone de socorro. Se tiver um telefone, procure mantê-lo ao alcance da mão, você pode ligar para o 180 ou 190. Se não tem, localize o telefone mais próximo.

Orientar os filhos, filhas e dependentes a nunca se envolverem na violência entre a mulher e o parceiro. Planeje com os filhos sinais ou um código, que indiquem quando devem sair de casa para se proteger e/ou procurar ajuda.

Deixar que os amigos e os vizinhos saibam da situação. Desenvolver um código (sinal) visual para quando precisar da ajuda deles; por exemplo, colocar uma toalha branca na janela.

Se a violência for inevitável, é preciso definir uma meta de ação: correr para um canto e agachar-se com o rosto protegido e os braços em volta de cada lado da cabeça, com os dedos entrelaçados. Não correr para o local onde as crianças estejam.

O que fazer quando precisar sair de casa por causa da violência:

Separar um pacote de roupas e objetos de primeira necessidade seus e das crianças. Guardar com vizinhos ou amigos, para pegá-lo no caso de ter que abandonar a casa.

Guardar cópias de documentos importantes em local seguro: certidões de nascimento e casamento, identidade, carteira profissional, listas de telefones, documentos escolares etc.

Guardar em local seguro, ou pedir para alguém de confiança guardar algum dinheiro, caso precise sair de casa às pressas.

Tente guardar por escrito, com as datas e horários, todos os episódios de violência física, psicológica ou sexual que esteja sofrendo. Isso pode ser muito útil se quiser ajuda da polícia e da justiça.

Contar a situação para pessoas em quem confia, como: amigos e vizinhos. Planejar com elas um esquema de proteção e combine algumas formas de sinalizar que está em perigo.

Planejar como fugir de casa em segurança, procure na sua localidade o serviço de acolhimento provisório, a casa abrigo ou ainda converse com alguém da rede de apoio e se informe se poderá ficar hospedada com eles, caso necessário.

Faça acordo com algum(a) vizinha(o) ou com quem possa confiar, e combine um código de comunicação para situações de emergência, como: “Quando eu falar uma palavra específica, busque ajuda imediata”.

Mediante a isso, apresentamos alguns serviços que oferecem apoio em situações de violência. Na figura abaixo você poderá conhecer os Serviços Não Especializados nos espaços em cor roxa, Serviços Especializados vinculados a Justiça, Segurança Pública, Assitência Social e Saúde em cor laranja e os Serviços Especializados de Atendimento à Mulher vinculados aos organismos de políticas para mulheres em cor amarela.