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Minha História


Me chamo Lourdes, tenho 43 anos, 3 filhos que se chamam Pedro, Luís e Claudia e trabalho como vendedora. Casada com Robson há 25 anos, marceneiro com 49 anos.

Por me sentir mal, procurei atendimento na unidade de saúde, no meu bairro.

No atendimento informei a enfermeira Luiza que estava com dor abdominal.

Durante o acolhimento me identifiquei e ela me dirigiu para o consultório, realizei alguns procedimentos, como exames preventivo e de mamas.

Estava com roupas que cobriam meu corpo, mas precisei tirar e enfermeira percebeu o roxo no meu braço, resultado da última briga. Tentei esconder.

Ao final da consulta fui questionada: “Como estão as coisas em casa?”...

No primeiro momento fiquei um pouco assustada com a pergunta, mas não me contive.

Contei que estavam difíceis.

Meu marido tem ciúmes e a situação tem piorado muito, costuma me xingar e gritar comigo, ontem me empurrou com força contra a parede. Fiquei com muita raiva e revidei, joguei um copo nele, que cortou o ombro.

Não vou esquecer o olhar de ódio sobre mim. Inclusive, agora me proibiu de visitar minha mãe e irmã.

Essa situação dura 10 anos. Nunca contei pra ninguém.

As vezes acho que ele poderia mudar, e outras vezes não. O que me mantém nesta relação é a dependência que temos dele, e apesar de tudo, meu marido é um bom pai.

Mas, está ficando insuportável, não consigo dormir, tenho tido essas dores, estou sempre com alguma marca, braços roxo, machucada no corpo e abalada emocionalmente.

Minha família diz que ando triste.

Ele vive dizendo que somos importante pra ele, que casais sentem ciúmes.

Pede desculpas, diz que não vai mais acontecer, e os dias vão passando até que acontece outra vez.

Pensei várias vezes em contar para alguém da minha família, mas não tive coragem.

Imagino que minha vizinha saiba dessa situação de violência, por isso tenho evitado conversar com ela. Sinto vergonha e medo de expor esta situação.